segunda-feira, 30 de julho de 2012

Realidade inconteste

Todo aquele que cursa Direito (também e principalmente quem não cursa, isso inclui em primeiro lugar pai e mãe) pensa que quando se formar vai, automaticamente passar a ter um saldo bancário de no mínimo USD$20.000,00, acompanhado de ganho mensal de pelo menos USD$2.000,00, sem falar numa linda carteirinha vermelha com seu nome, ou o nome na lista dos aprovados (e classificados! Sim, pois não basta aprovar, tem que classificar) de algum super concurso.
Sendo assim, o formando em Direito quer ter a formatura mais linda, com luzes, fumaça, flores, show pirotécnico, malabaristas, elefantes indianos e tudo mais que tem direito o ser tão especial que é. Então, depois de passar alguns dias se recuperando do porre que 99,9% sempre toma, vem a realidade fria, crua e principalmente nua: sou um Bacharel (leia-se P**** nenhuma) sem emprego, sem especialização, sem necadecatibiriba.
Gente, serei sincera em dizer que quem faz Direito tem que ter a consciência que, salvo raros casos, nos formamos muito mais pobres do que iniciamos a graduação, afinal de contas passamos cinco anos da vida empregando dinheiro e mais dinheiro na faculdade. Claro que temos em troca o conhecimento, mas a barriga clama por comida, e não por conhecimento.
Aí tem aqueles que vão lá, se esforçam e passam no tão temido Exame da Ordem. Nossa, que festa, que alegria! a esperança do saldo bancário e do ganho mensal voltam a tomar corpo, só que agora mais modestos... E depois que temos em mãos o tão sonhado pedacinho de felicidade vermelha, descobrimos outra realidade: temos profissão, porém sem ganhos. É verdade! Advogado em início de carreira não ganha dinheiro. E quando falo que não ganha dinheiro quero dizer que não ganha dinheiro MESMO! Tem mês que não entra sequer R$500,00. A gente começa a entrar em desespero quando ve as contas vencendo e nada do bendito dinheiro...
E aqueles que se empenham em serem concurseiros??? Às vezes passam anos tendo tentativas frustradas, ficando perito em cair e levantar.
Por isso que digo que quem se empenhou em seguir o ramo jurídico precisa ter, antes de tudo, paciência, fé e resignação porque aqueles seres caprichosos chamados cliente e classificação em concurso, só vêm quando bem entendem.