sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“A Umbanda é paz e amor, é um mundo cheio de luz; É a força que nos dá vida, e a grandeza nos conduz.” (Hino da Umbanda)

(foto: pesquisa google)

Sempre notei pessoas derramando considerações sobre a Umbanda, falando coisas que não coincidem com a verdade (para não dizer preconceituosas). Geralmente tememos aquilo que não conhecemos bem, creio, então, que por isso tanta gente gasta tanto tempo e energia difamando a Umbanda. Já ouvi muitos comentários, antes e depois de entrar para essa religião: que a Umbanda é algo ruim; que nos terreiros se faz o mal para os outros; que os guias e Orixás são, na verdade, demônios; que terreiro é lugar de pouca luz, que guia da Umbanda é ser inferior... Nossa, se eu for colocar aqui todos os absurdos que já ouvi, escrevo um livro!

Entendo que tais pensamentos são resquícios da época do Brasil Colônia, quando tudo o que fosse relacionado aos negros era impuro, proibido, sujo, demoníaco. Os próprios negros eram considerados “sem alma”! E como é que uma religião praticada por seres “sem alma” seria algo bom? Pois é... Mesmo após séculos, muitos de nós ainda estão presos a estes conceitos, mesmo que inconscientemente. Faz-se piada, se julga (e condena!) tanto os médiuns quanto os guias; olha-se com escárnio para quem se assume Umbandista, como se fôssemos simples ignorantes, selvagens, tolos...

Isso é de partir o coração e entristecer a alma!

É por isso que escrevo estas linhas. Não com o intuito de mudar a mente das pessoas, pois não sou tão pretenciosa! Também não tenho a intensão de agredir quem quer que seja. Estas linhas são apenas uma declaração de amor! Uma forma de mostrar o outro lado da moeda, uma forma de mostrar o olhar de alguém que pouco sabe, mas que muito já sentiu dessa maravilhosa religião!

Sei que é pouco, sei que não conseguirei descrever aqui tudo o que a Umbanda é, toda a sua história, sua carga cultural, sua luta e sua sobrevivência através de todo esse preconceito. Não conseguirei, é verdade, demonstrar todo o amor e caridade que a Casa que frequento derrama sobre todos que ali buscam um conselho, uma cura, o seu próprio caminho... Mas, descreverei, de forma simples, a visão dessa filha de pemba, simplesmente apaixonada pela Umbanda, pelo Terreiro que frequenta, pelo Pai de Santo que a conduz e por todos os seus irmãos e irmãs de fé!

A Umbanda, pra mim, é a religião da coragem, entrega, amor... O batuque que chama o Orixá é o mesmo que exorciza o medo e a angústia. O som que faz o corpo se mover involuntariamente, é o mesmo que te religa com sua essência, com o Ser Divino que és! Os movimentos que executas, que já não são mais seus, é a pura manifestação da força do Orixá em ti! É preciso entrega, pois somente com entrega e confiança você consegue girar, e girando o Orixá te purifica e te dá forças para enfrentar a vida. Cada Orixá traz uma mensagem através de sua energia e movimentos, cada um tem sua história, e, através dela, nos ensinam sobre nossa própria natureza. Minha mãe Oxum, por exemplo, está me trazendo de volta para meu sagrado feminino, me recolocando em meu eixo, restabelecendo meu poder enquanto mulher, criadora, feminina. Mamãe Oxum me mostra que sou mais! Me faz ver com outros olhos minha essência, meu corpo, minhas vontades, virtudes e erros! Minha mãe me acalma, me embala e me ensina a contornar, a ser como o rio que corre manso, calado, com movimentos quase imperceptíveis, para então se derramar com força e magnitude em forma de cachoeira, demonstrando todo o seu poder!

E sobre os guias? O que falar desses seres reluzentes que nos dedicam seu amor incondicionalmente?

Como descrever a brandura, sabedoria e amabilidade dos Pretos e Pretas velhos? Como descrever seus olhares de candura, suas palavras sinceras, carregadas de séculos, de verdade e carinho? Como delinear a segurança que sinto quando me sento aos seus pés e bebo de suas palavras; quando, como criança, os chamo de vô e vó, os abraço, e não raramente me dissolvo em lágrimas de conforto?

Igualmente, não tenho palavras para expor a força e compaixão dos Caboclos e Caboclas, nos trazendo a sabedoria da natureza. Tão sérios, raramente falam! Mas, falar pra quê? Seus gestos, sua energia, a cura e o conhecimento trazidos não podem mesmo serem traduzidos em simples palavras... É preciso sentir, vivenciar, experenciar toda essa coragem de guerreiro e sabedoria de xamã!

Também temos a sorte de conviver com a Ibejada, que traz alegria para a Casa!!! Suas brincadeiras, brigas, gritos, risos são purificadores da alma, calmantes para o coração! Nos mostram que precisamos da pureza de uma criança para ouvir e entender os Orixás! Mostram que lá no fundo, nossa criança interior está pronta para sair e brincar, pular e se divertir! Porque é somente na alegria que somos sábios, é somente no amor que somos livres!

E como falar do povo Cigano sem me sentir dançante? Nunca me esquecerei a primeira frase que Pai Aldo falou quando me viu: “mas é uma cigana todinha!” hahahaha Me orgulho desse comentário, pois são os Ciganos povo antigo, sábio, alegre! Trazem para o terreiro sua dança e felicidade! Nos mostram aquilo que não queremos ver, nos obrigam a sermos verdadeiros conosco e, ao mesmo tempo, leves com a vida!

E os queridos Exús e Pombas Gira? Tão incompreendidos, tão julgados, tão apontados! Mas eles não ligam, seguem nos guiando, abrindo nossos caminhos, limpando e fazendo o “serviço pesado”. Eles são pura doação!! E quem se doa não se importa em ser julgado...

E assim somos nós, filhos da Umbanda: nos doamos com caridade e amor, apesar de todo julgamento. Seguimos, mesmo com o coração triste por conta de tanto preconceito. Dançamos, mesmo chorando; cantamos, mesmo em luto; sorrimos, mesmo cansados; mas, principalmente, giramos, porque a gira nos une, nos faz fortes, nos traz a coragem, a força e a fé para prosseguirmos, levando ao mundo a bandeira de Oxalá!


Paz e bem!

sábado, 27 de dezembro de 2014

Apenas amor.

A gente espera alguém perfeito, insanamente queremos alguém que se encaixe em nosso sonho. Mas as pessoas não são peças, não são brinquedos em série e nem são feitos de argila para que possamos moldá-las. As pessoas são feitas de osso, carne, desejos, sonhos, rotina, chatices, loucuras, passado, presente e futuro. Nunca haverá alguém que caiba perfeitamente naquilo que queríamos ser, mas que não temos perfeição pra tanto... Nunca haverá alguém que consiga se moldar aos nossos sonhos e ideais, porém o inverso pode ser feito! Ao invés de esperar que alguém se encaixe em seus sonhos, porque não sonhar sonhos novos... a dois? Não espere que alguém te complete isso nunca irá acontecer! Seja completo por si só e deixe que o outro traga o frescor de uma nova realidade, some... Dois nunca serão um, e quando isso acontece é porque uma das partes se anulou. Dois serão sempre dois, somando, dividindo, alterando, crescendo, construindo. E é aí que reside a graça, a magia, a grandiosidade de uma relação: dois universos convivendo em harmonia, crescendo em uníssono. Não quero um amor fantasia, um amor metáfora. Quero sim um amor de todo dia, que consegue rir por bobagem, que conversa, discute e contesta. Quero um amor real que se redescubra a cada dificuldade e a cada felicidade. Um amor que ajude, desafie, que tome café da manhã hora de mal humor, hora contando piada. Um amor que ria da vida, ria pra vida; que seja romântico sim, mas que também saiba falar de gastos e contas. Um amor que saiba que o buraco é mais embaixo, que respeite, que veja e aceite limitações. Quero um amor que ame, e ponto.


Bombástico!!!

Vim aqui pra falar, assumir, gritar aos sete ventos que sou heterossexual. Sim! Chupem essa manga, durmam com essa!!! Sei que haverão muitos escandalizados, afinal, assumir condição sexual se tornou motivo de polêmica no Brasil.

Xama o Xamu!!! Só não desmaia, não desmaia, coisinha, que eu não sei consertar clavícula!

 Quando alguém "assume" ser homossexual, pronto, todo mundo abre a boca num uníssono "Ohhhh"... Como se a forma como cada um busca seu prazer fosse algo absurdo, incrível, motivo de escândalos.

Deixa cada um ser feliz como sabe, como sente, como quer!!!

E falo mais: quem muito se escandaliza, julga, gera polêmica com a vida sexual alheia, das duas uma - ou não transa há muito, mas muito, MUITO, MUITO, MUITO, MUITO, MUITO, MUITO, MUITO, MUITO tempo mesmo, ou adoraria se assumir também mas não tem coragem. 

Se joga, pintosa, põe rosa!

PRONTOFALEI.

:D






sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Anonimato

Está vedado o anonimato no Scarpin com Cachaça.


"É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (CF, art. 5º, IV)

E como este é um blog que respeita as leis vigentes em nosso país, a partir de hoje irei moderar os comentários, deixando de publicar todo aquele que for anônimo. Quer elogiar, xingar, falar bobagem, diga quem é. Caso contrário vai falar com a minha mão.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Reiki

Hoje quero falar de algo que vem mudando minha vida desde abril desse ano: o Reiki. Pra quem não sabe, Reiki é um método de energização desenvolvido ou "descoberto" por Mikao Usui em meados de 1922. Pra quem quer saber mais sobre a parte história do Reiki, é só procurar na internet, vai achar bastante coisa. Mas esse não é o foco do presente post, e sim explicar, a partir da minha própria experiência como Reikiana, o que é o Reiki.
Muita gente não conhece o Reiki, nunca ouviu falar, ou já ouviu falar mas acha que é bruxaria ou sei-lá-o-que. A verdade é que o Reiki é um "retornar para si", é um reorganizar-se. Talvez nem todos vejam dessa forma, mas é assim que vivo o Reiki.
O Reikiano no momento em que se dedica a aplicar Reiki em alguém ou em algo, se torna um canal da Energia Universal, que eu gosto de chamar de amor de Deus. Essa Energia é a responsável pela criação de tudo o que existe. Somos energia, a verdade é essa. Tudo é energia.
Receber uma carga dessa energia vital, universal, nos proporciona bem-estar físico, mental e espiritual.
No momento em que aplico o Reiki não sou mais a Lia, ser individual, mas parte de algo maior. Nesses momentos, não existe mais o "eu" e o "outro", tudo se mistura, formando uma grande massa de energia, forma-se um único rio.
O Reiki tem essa capacidade: nos dar a real noção do que somos e do que o outro e o meio representam em nossas vidas. Somos todos uma só coisa. Eu, o meio, o outro, as plantas, os animais, os minerais, somos todos uma grande massa de energia pulsando. Todos os desequilíbrios mentais, emocionais e físicos aos quais chamamos doenças, nada mais são que um estado antinatural, quando bloqueamos a movimentação dessa energia.
Ao receber o Reiki, voltamos a ter contato com um grande fluxo dessa energia, revitalizando todos os nossos corpos. É como se estivéssemos recarregando nossa bateria.
Apesar do pouco tempo como Reikiana já pude presenciar pequenas curas e isso me faz sentir um canal de bençãos. É gratificante levar isso até as pessoas, fazer parte desse momento de retorno ao seu estado normal. Como Reikiana sei que não sou eu a responsável pelas curas, mas sou o canal por onde a energia curativa passa, e isso pra mim já é o bastante.
Espero conseguir animar alguém a fazer iniciação em Reiki, ou em receber Reiki e sentir o quão incrível é retornar para nosso estado normal de saúde, paz, harmonia e amor. Mais uma vez afirmo: o Reiki mudou minha vida, está mudando quem eu sou e tenho certeza de que pode mudar a vida de todos os seres que se abrirem para essa energia.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Realidade inconteste

Todo aquele que cursa Direito (também e principalmente quem não cursa, isso inclui em primeiro lugar pai e mãe) pensa que quando se formar vai, automaticamente passar a ter um saldo bancário de no mínimo USD$20.000,00, acompanhado de ganho mensal de pelo menos USD$2.000,00, sem falar numa linda carteirinha vermelha com seu nome, ou o nome na lista dos aprovados (e classificados! Sim, pois não basta aprovar, tem que classificar) de algum super concurso.
Sendo assim, o formando em Direito quer ter a formatura mais linda, com luzes, fumaça, flores, show pirotécnico, malabaristas, elefantes indianos e tudo mais que tem direito o ser tão especial que é. Então, depois de passar alguns dias se recuperando do porre que 99,9% sempre toma, vem a realidade fria, crua e principalmente nua: sou um Bacharel (leia-se P**** nenhuma) sem emprego, sem especialização, sem necadecatibiriba.
Gente, serei sincera em dizer que quem faz Direito tem que ter a consciência que, salvo raros casos, nos formamos muito mais pobres do que iniciamos a graduação, afinal de contas passamos cinco anos da vida empregando dinheiro e mais dinheiro na faculdade. Claro que temos em troca o conhecimento, mas a barriga clama por comida, e não por conhecimento.
Aí tem aqueles que vão lá, se esforçam e passam no tão temido Exame da Ordem. Nossa, que festa, que alegria! a esperança do saldo bancário e do ganho mensal voltam a tomar corpo, só que agora mais modestos... E depois que temos em mãos o tão sonhado pedacinho de felicidade vermelha, descobrimos outra realidade: temos profissão, porém sem ganhos. É verdade! Advogado em início de carreira não ganha dinheiro. E quando falo que não ganha dinheiro quero dizer que não ganha dinheiro MESMO! Tem mês que não entra sequer R$500,00. A gente começa a entrar em desespero quando ve as contas vencendo e nada do bendito dinheiro...
E aqueles que se empenham em serem concurseiros??? Às vezes passam anos tendo tentativas frustradas, ficando perito em cair e levantar.
Por isso que digo que quem se empenhou em seguir o ramo jurídico precisa ter, antes de tudo, paciência, fé e resignação porque aqueles seres caprichosos chamados cliente e classificação em concurso, só vêm quando bem entendem.

domingo, 23 de outubro de 2011

Suíte

Todos que me conhecem sabem onde trabalho, e que em função do meu honroso ofício vejo os mais variados tipos da espécie humana. Sabem também que apesar de ter me formado em Direito, tenho uma vontade imensa de entender como funcionam os mecanismos da mente humana, como cada um chega às suas conclusões (se chega), como engendram suas lógicas, enfim, tudo o que faz com que cada um tome as decisões características de sua personalidade. Por isso presto muita atenção a todos ao meu redor.

E a cada dia percebo que não existe laboratório melhor para estudar o tipo humano do que um Fórum de Justiça. É como se esse lugar fosse um ímã para pessoas de todos os tipos, desde as quase normais até as totalmente bizarras, passando pela classe dos lunáticos, psicopatas e psicóticos de toda espécie.

Dentre essas figuras existem os “clientes”, forma carinhosa que chamo aqueles cuja assiduidade merecia um cartão fidelidade do tipo Golden, pois comparecem todos os dias, faça sol ou faça chuva, discutem questões de direito (que, creio eu, aprenderam por osmose), contam suas felicidades, mazelas, e passam a fazer parte do meu cotidiano de tal forma que me sinto quase íntima deles, uma espécie de prima, ou algo assim.

E foi justamente de uma cliente Golden que, ao contar sobre o descaso de sua advogada em relação ao seu processo, narrou seu ato ousado de ligar para o Tribunal de Justiça e falar com o Desembargador encarregado de seu recurso. Foi mais ou menos assim:

- Acredita que ela (a advogada) não cuida do meu processo, deixa tudo a Deus-dará, e foi por causa dela que perdi a causa aqui com o juiz, mas daí recorri. Recorri e caiu na mão do desembargador fulano de tal, pois peguei o telefone e liguei pra ele. Mas pense numa pessoa querida, falei diretamente com nele na SUÍTE dele...

Nem preciso dizer que depois de ouvir a palavra Suíte, parei de ouvir o que ela falava e comecei a divagar como seria a Suíte Master Presidencial (sim, porque suíte de desembargador ainda mais no TJ não deve nada menos que quase divina). Imaginei um senhor meio fora de forma, já na casa de seus 70 anos, praticamente um menino da terceira idade, relaxando em sua banheira de hidromassagem, segurando com uma mão um copo com cowboy, e com a outra alguma protuberância do corpo escultural de sua assessora, sorrindo feliz, apoiando entre os dedos do pé um charuto cubano, que hora ou outra leva à boca (não me pergunte como ele tem essa elasticidade). Tem à sua esquerda uma portinha que leva a uma sauna; e à sua direita provavelmente um bar, guarnecido das bebidas mais caras e finas, onde bargirls fazem manobras no mínimo interessantes com garrafas de licor, e esperam o Sr desembargador requisitar um drink qualquer, sei lá, algo que vai desde coquetel de frutas até mesmo uma tequila. Atrás do bar uma porta levaria até uma pequena cozinha de onde saíam suas iguarias que apreciava juntamente com suas meninas, digo, estagiárias, todas coincidentemente bonitonas, trajando biquínis minúsculos.

Aquelas que não cabem na sua banheira, podem se divertir na pista de boliche que fica mais ao fundo, ou então podem jogar uma partidinha de poker ou roleta, no pequeno cassino que fica na portinha ao lado da sauna, pois são “esportes” que o Sr desembargador aprecia, afinal é necessário também espairecer...

É claro que este ambiente de respeito e descanso do Exmo, é cheio de jogo de luzes, e possui nos cantos barras americanas onde belas meninas fazem pole dance (exercícios ritmados para combater a LER). Mais ao canto uma cama ultra King (lembrem-se que estamos falando da Suíte Master Presidencial de um Desembargador dentro do prédio do TJ), para os momentos de descanso do nosso Exmo Desembargador, pois o pobrezinho se exaure com facilidade. No ar um cheiro que mistura sais de banho, bebida alcóolica, e algo mais... A música sensual, digo, relaxante, completa este ambiente tranquilo e sereno.

Quando acordei do meu devaneio fiquei imaginando o que faz alguém confundir gabinete com suíte? Entretanto, ainda envolta em minhas divagações, calculei mentalmente quanto tempo ainda faltava e quanto eu ainda teria que estudar para poder ter a minha própria Suíte no TJ, tal e qual a do nosso Desembargador, porém, claro, adaptada para as minhas necessidades femininas. Suspirei esperançosa, sussurrando “Senhor, não mereço tanto...”